segunda-feira, 14 de maio de 2012

O bem estar dos animais



Bem estar é um conceito amplo que pode ser aplicado para todos os animais, incluindo o ser humano. Ele refere-se a qualidade de vida de um indivíduo, medida através de aspectos como saúde, felicidade, necessidade, liberdade, controle, adaptação, sentimentos, dor, medo, tédio, estresse e prazer.
O Comitê Brambell chegou a conclusão há alguns anos de que os animais podem sentir dor, sofrimento, estresse, raiva, medo, apreensão, frustração e prazer, e que tanto os fatores físicos quanto os mentais deviam ser levados em consideração ao se avaliar o bem-estar dos mesmos. E dessa forma ressaltou a importância da liberdade de circulação, conceito que ficou conhecido como as “Cinco Liberdades”: “Um animal deve ter, pelo menos, suficiente liberdade de circulação para poder, sem qualquer dificuldade, virar-se, limpar-se, levantar-se, deitar-se e esticar seus membros”, afirma Carla Demantova, veterinária da FUNDEMA.
As “cinco liberdades” então foram originalmente desenvolvidas pelo Conselho do Bem-Estar de Animais Agríccolas do Reino Unido (Farm Animal Welfare Council – FAWC) e oferecem valiosa orientação para o bem-estar animal. Elas são internacionalmente reconhecidas e foram ligeiramente adaptadas desde a sua formulação. As “Novas Cinco Liberdade” determinam que todo animal deve ser:

1.    Livre de sede, fome e desnutrição pelo pronto acesso à água fresca e uma dieta para manter a plena saúde e vigor.
2.    Livre de desconforto propiciando um ambiente adequado, incluindo abrigo e uma confortável área de descanso.
3.    Livre de dor, lesões, doenças e com direito a prevenção ou diagnóstico rápido e tratamento.
4.    Liberdade para expressar comportamento normal, fornecendo espaço suficiente, instalações adequadas e companhia de animais da própria espécie.
5.    Livre de medo e estresse, assegurando condições que evitem o sofrimento mental.


Tradicionalmente as três primeiras liberdades têm sido compreendidas e praticadas por pessoas do mundo inteiro, mas são as duas últimas que refletem as atuais preocupações levantadas pela sociedade.
            Criadas inicialmente para auxiliar a avaliação do bem-estar dos animais de produção, o conceito das cinco liberdades se expandiu para englobar os animais silvestres, de zoológico, de companhia e aqueles utilizados na experimentação em laboratórios.
Para estes últimos, foi criado também um conjunto de três diretrizes, conhecidas como os “Três Rs”, que devem ser seguidas ao se utilizar animais como cobaias em experimentos de laboratório:

1.    Redução – do número de animais utilizados, para o mínimo possível.
2.    Substituição (Replacement, em inglês) – por outras alternativas sem animais.
3.    Refinamento – alterando os protocolos para a diminuição da dor e sofrimento.

Os estudos sobre bem-estar animal analisam as diversas situações enfrentadas sob o ponto de vista dos próprios, e não sob o ponto de vista do homem. Para isso considera as evidências científicas geradas pela observação dos seus sentimentos e comportamentos, suas funções fisiológicas e as características de sua vida natural, que devem ser utilizados como embasamento para a definição de ações que garantam o cumprimento e o respeito aos direitos dos animais de terem sua qualidade de vida assegurada.
Os princípios das Cinco Liberdades e dos Três Rs funcionam como ponto de partida de todos os estudos de avaliação de bem-estar, e embasam a legislação específica de proteção dos animais de produção e daqueles utilizados em experiências em laboratórios, de vários países. “Todas essas ações refletem um desejo cada vez maior da humanidade de usufruir de uma relação harmoniosa com a fauna, a flora e outros elementos naturais que nos cercam. Para isso, devemos assumir um compromisso de respeito com todos os seres vivos, para que no final, o maior beneficiado seja o próprio homem”, Carla Alessandra Demantova.

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