Como parte do Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos Sólidos de
Caçador, o estagiário do curso de engenharia ambiental, Roger Francisco
Ferreira de Campos realizou um estudo na Cooperativa Cidadania e Meio Ambiente-
COOCIMA, no período de 29 de Julho a 30 de agosto. O estudo determinou e
caracterizou a porcentagem em peso de cada tipo de resíduo gerado nos bairros,
linhas rurais e também no distrito de Taquara Verde.
Foram analisados 22 bairros e 15 linhas rurais (incluindo o distrito),
estando eles divididos em 9 setores. Para realização
da amostragem, seguiu a técnica integrada de amostragem da NBR 10007/2004, no
qual foram retiradas as amostras de três seções (do topo, do meio e da base) da
pilha de resíduos transportados pelo caminhão da coleta seletiva. Em seguida colocados em dois tambores de 200
litros, até enchê-lo totalmente. A caracterização foi realizada separando os
materiais dos tambores em Papel, Papelão, Tetra Pack, Metal, Alumínio, Vidro,
Plástico Flexível, Plástico Duro, Pet, Orgânico, Isopor, Eletrônico, Lâmpadas,
Pilhas, Rejeito e Sanitário.
Segundo Roger Campos, no período de estudo, “a empresa responsável pela
operação da coleta seletiva, coletou no município 87.910 Kg de resíduos passiveis
de reciclagem no mês da realização do estudo. Para saber a quantidade gerada
por dia de cada habitante, foram realizados cálculos que estipularam uma
quantia de 1,11 Kg por habitante/mês”, relata.
O estudo apresentou que 10,98% do material coletado pelo serviço de coleta
seletiva não são passiveis de reciclagem. Sendo assim, Roger Campos explica que “para Caçador se tornar uma
cidade modelo em reciclagem esse valor desse ser reduzido a zero, onde com
maior destinação correta de resíduos, maior será a geração per capta do município, assim podendo competir com as cidades que
são destaques em reciclagem”.
Estudo por setor
Conforme Roger Campos o estudo apresenta:
No setor 1, foram amostrados 93,681 kg de resíduos,
destes 6,117 kg de papel; 22,533 kg de papelão; 5,922 de tetra Pack; 3,617 kg de metal; 3,563 kg de
alumínio; 13,373 kg de vidro; 9,324 kg de plástico flexível; 14,951kg de
plástico duro; 6,331 kg de PET; 2,707142 kg de orgânico; 0,541 kg de isopor;
0,262 kg de material eletrônico: 0,343 kg de lâmpadas florescentes; 0,090 de pilhas; 1,441 kg de rejeito e 2,566 kg de resíduos sanitários.
Gráfico 1. Porcentagem total de Resíduos Recicláveis no setor
1;
Fonte: CAMPOS, 2013.
Roger campos explica que o Setor 1 é o que mais
gera resíduos recicláveis, tendo uma geração maior de vidro e alumínio
referente aos outros setores, esses valores podem ser atribuídos pela coleta seletiva ser realizada na
segunda-feira, onde por questões de interatividade na TV (jogos) e festas
familiares o numero de latinhas e garrafa de vidro são maiores. Nota se que
7,629% desse setor corresponde a materiais não passiveis de reciclagem.
Atribui-se também a uma alta geração de resíduos recicláveis, pois o setor
possui moradores de classe média á alta, assim o consumo é maior e a geração de
resíduos também.
No setor 2, foram amostrados 92,910 kg de resíduos,
destes 8,545 kg de papel; 23,371 kg de papelão; 7,042 kg de tetra Pack; 2,199 kg de metal; 3,161 kg de
alumínio; 5,754 kg de vidro; 10,908 kg de plástico flexível; 14,169 kg de
plástico duro; 7,308 kg de PET; 3,142 kg de orgânico; 0,344 kg de isopor; 0,933
de material eletrônico: 0,585 kg de lâmpadas florescentes; 0,187 de pilhas; 3,307 kg de rejeito e 1,955 kg de resíduos sanitários.
Gráfico 2. Porcentagem total de Resíduos Recicláveis no setor
2;
Fonte: CAMPOS,
2013.
O Setor 2 é o segundo na ranking de geração de
resíduos recicláveis tendo um potencial maior na geração de Plástico Duro referente aos outros setores,
Porém 8,404% desses resíduos não são matérias passiveis de reciclagem,. Embora
seja o segundo no ranking de reciclagem, esse setor foi o único amostrado que
mais obteve os resíduos misturados nas sacolas plásticas (orgânico e
reciclável), assim atribuindo a falta de conscientização dos moradores. O mesmo
setor também possui uma geração de 0,772% de materiais que se enquadram na
logística reversa.
No setor 3, foram amostrados 94,627 Kg de resíduos,
destes 13,801 Kg de papel; 18,330 Kg de papelão; 10,331 kg de tetra Pack; 1,783 Kg de metal; 1,463 Kg de
alumínio; 6,253 Kg de vidro; 11,057 Kg de plástico flexível; 8,996 kg de
plástico duro; 4,640 Kg de PET; 3,561 kg de orgânico; 0,367 Kg de isopor; 0,369
de material eletrônico: 1,056 kg de lâmpadas florescentes; 0,307 de pilhas; 4,867 kg de rejeito e 7,383 Kg de resíduos sanitários.
Gráfico 3. Porcentagem total de Resíduos Recicláveis no setor
3;
Fonte: CAMPOS, 2013.
O Setor 3 é o terceiro no ranking de resíduos
recicláveis, tendo maior ênfase na
geração de Papel , Tetra Pack, Plástico
Mole referente a os outros setores. Porém é o que mais gera material orgânico,
lâmpadas e sanitário, o que corresponde a 17,237% de materiais não passiveis de reciclagem. Por
ser um dos bairros com renda familiar baixa conforme (IBGE, 2012), influência
na conscientização referente coleta seletiva. Faz-se necessário nestes locais
um aprimoramento da conscientização e divulgação da coleta seletiva para que
esse setor se transforme em um gerador consciente.
No setor 4, foram amostrados 76,402 Kg de resíduos,
destes 6,377 Kg de papel; 21,400 Kg de papelão; 5,160 kg de tetra Pack; 1,847 Kg de metal; 2,484 Kg de
alumínio; 6,219 Kg de vidro; 9,246 Kg de plástico flexível; 10,139 kg de
plástico duro; 4,033 Kg de PET; 2,601 kg de orgânico; 0,283 Kg de isopor; 1,138
de material eletrônico: 0,206 kg de lâmpadas florescentes; 1,132 de pilhas; 1,799 kg de rejeito e 2,338 Kg de resíduos sanitários.
Gráfico 4.
Porcentagem total de Resíduos Recicláveis no setor 4;
Fonte: CAMPOS, 2013.
O setor 4 é o setor que mais recicla Papelão e
Eletrônicos. Porém 6,738% dos resíduos
não são passiveis de reciclagem e 1,338%
são materiais cabíveis de logística reversa, sendo o setor que mais apresentou
pilhas. Entre os bairros estudados os do setor 4 é o que apresentou maior
quantidade de materiais nas amostras (sacolas), porém foi o que apresentou
menor quantidade de material reciclável nas amostras. Mesmo sendo um bairro de
moradores com renda familiar alta (IBGE, 2012), necessita de mais aprimoramento
referente ao processo de coleta seletiva.
No setor 5, foram amostrados 89,488 kg de resíduos,
destes 11,076 kg de papel; 18,210 kg de papelão; 6,405 kg de tetra Pack; 2,414 kg de metal; 2,559 kg de
alumínio; 11,493 kg de vidro; 9,247 kg de plástico flexível; 8,659 kg de
plástico duro; 6,310 kg de PET; 2,857 kg de orgânico; 0,563 kg de isopor; 0,617
kg de material eletrônico: 0,311 kg de lâmpadas florescentes; 0,146 kg de pilhas; 5,275 kg de rejeito e 3,346 kg de resíduos sanitários.
Gráfico 5. Porcentagem total de Resíduos Recicláveis no setor
5;
Fonte: CAMPOS, 2013.
O Setor 5 foi o que apresentou maior quantidade de
Rejeito entre os resíduos estudados, no qual corresponde a 11,478% dos materiais que tem como destinação
final o aterro sanitário municipal e
0,928% de materiais que se enquadram
na logística reversa. A quantidade de rejeito é por ser um setor com
quantidades expressivas de varejo, por ser uma área comercial necessita-se que
seja instituído aos comerciantes uma melhor conscientização dos seus
funcionários para que esse setor melhore no processo da coleta seletiva subindo no ranking no qual
se encontra na quinta posição.
No setor 6, foram amostrados 85,484 Kg de resíduos,
destes 7,200 Kg de papel; 20,941 Kg de papelão; 7,316 kg de Tetra Pack; 3,620 Kg de metal; 3,024 Kg de
alumínio; 9,373 Kg de vidro; 8,007 Kg de plástico flexível; 13,631 kg de
plástico duro; 6,351 Kg de PET; 1,893 kg de orgânico; 0,611 Kg de isopor; 0,307
kg de material eletrônico: 0,358 kg de lâmpadas florescentes; 0,120 kg de pilhas; 1,146 kg de rejeito e 1,586 Kg de resíduos sanitários.
Gráfico 6. Porcentagem total de Resíduos Recicláveis no setor
6;
Fonte: CAMPOS,
2013.
O Setor 6 é o que mais recicla Isopor 0,661%. Porém
4,625% do material não é passível de reciclagem e 0,478% são materiais cabíveis
de reciclagem. Num comparativo com os setores da área rural o setor 6 é o
terceiro na posição eferente a
reciclagem.
No setor 7, foram amostrados 89,094 Kg de resíduos,
destes 11,761 Kg de papel; 17,011 Kg de papelão; 4,371 kg de tetra Pack; 3,979 Kg de metal; 2,360 Kg de
alumínio; 10,399 Kg de vidro; 810,627 Kg de plástico flexível; 10,767 kg de
plástico duro; 5,317 Kg de PET; 2,895 kg de orgânico; 0,217 Kg de isopor; 0,252
kg de material eletrônico: 0,924 kg de lâmpadas florescentes; 0,746 kg de pilhas; 2,558 kg de rejeito e 5,270 Kg de resíduos sanitários.
Gráfico 7. Porcentagem total de Resíduos Recicláveis no setor
7;
Fonte: CAMPOS, 2013.
O setor 7 é o que mais recicla Matais, No qual
10,723% de materiais que possuem disponibilização como destinação final o
Aterro Sanitário e 1,670% são materiais
cabíveis a logística reversa. Num comparativo aos setores rurais o setor 7
apresenta a primeiro colocação. Possuindo á maior geração de orgânico na área
rural, com isso necessita de uma reeducação ambiental referente aos resíduos
com ênfase em compostagem. No qual vai diminuir a quantidade de material
destinado a recicla aumentando a geração per
capta do município.
No setor 8, foram amostrados 85,596 Kg de resíduos,
destes 10,251 Kg de papel; 21,298 Kg de papelão; 6,623 kg de tetra Pack; 2,619 Kg de metal; 2,881 Kg de
alumínio; 7,666 Kg de vidro; 9,956 Kg de plástico flexível; 11,023 kg de
plástico duro; 5,931 Kg de PET; 2,091 kg de orgânico; 0,430 Kg de isopor; 0,743
kg de material eletrônico: 0,242 kg de lâmpadas florescentes; 0,292 kg de pilhas; 2,369 kg de rejeito e 1,181 Kg de resíduos sanitários.
Gráfico 8. Porcentagem total de Resíduos Recicláveis no setor
8;
Fonte: CAMPOS, 2013.
O Setor 8 foi o único que não apresentou uma alta
variedade na geração de resíduos , pois entre os setores citados o setor 8 não
apresentou nenhum resíduo com geração especifica. Nesse setor mostra uma alta
geração de Papel, Papelão e Tetra Pack, no qual vale ressaltar que 5,641% são
resíduos não passiveis de reciclagem e 0,534% de resíduos cabíveis de logística
reversa. Num comparativo aos outros setores de área rural o setor 8 se
localiza na segunda posição da área
rural.
No setor 9, foram amostrados 75,755 Kg de resíduos,
destes 7,653 Kg de papel; 15,626 Kg de papelão; 6,560 kg de tetra Pack; 2,182 Kg de metal; 1,692 Kg de
alumínio; 7,121 Kg de vidro; 9,482 Kg de plástico flexível; 11,058 kg de
plástico duro; 7,974 Kg de PET; 0,908 kg de orgânico; 0,577 Kg de isopor; 0,313
kg de material eletrônico: 0,410 kg de lâmpadas florescentes; 0,198 kg de pilhas; 2,133 kg de rejeito e 1,868 Kg de resíduos sanitários.
Gráfico 9. Porcentagem total de Resíduos Recicláveis no setor
9;
Fonte: CAMPOS, 2013.
O Setor
9 é o que mais recicla Pet, no qual
vale ressaltar que tem uma geração de que 4,909 de resíduos não passiveis de reciclagem mais entres esses é o
setor que menos disponibiliza orgânico e sanitário para a cooperativa, tendo
também uma geração de 0,608% de materiais cabíveis a logística reversa. Num comparativo com os setores de
área rural é o setor que menos recicla, sendo o quarto num comparativo.
A partir dos dados amostrados, Roger Campos admitiu
um ranking de 1 a 9 dos setores que mais
efetuam a reciclagem conforme Tabela 1.
Tabela 1. Ranking da geração per capta dos setores amostrados
RANKING
|
SETOR
|
BAIRROS
|
1°
|
1
|
Bom
Jesus, Sorgato, Figueroa e Alto Bonito
|
2°
|
2
|
Bello,
Rancho Fundo, S.Cristovão, D.E.R, V.
Santa Catarina, V. kurtz
|
3°
|
6
|
Linha
Castelli, Linha São Francisco e Linha Caixa D' Água
|
4°
|
8
|
Linha
Serro Azul, Linha Tróia, Linha Pena e Turma da Rotto
|
5°
|
5
|
Centro,
Gioppo e Nossa Senhora Salete
|
6°
|
3
|
Maretello,
Industrial, Aeroporto e Bom Sucesso
|
7°
|
7
|
Linha
Rio Bugre, Linha São Pedro, linha
19 e Sítio Pinhalzinho
|
8°
|
9
|
Linha
Laranjeira, Linha Tamanduá, Linha Trinta e Taquara Verde
|
9°
|
4
|
Reunidas, Municípios, Champagnat , Vila Paraíso e
Berger
|
Fonte: CAMPOS, 2013.
Conclusão do estudo.
Através
do estudo de caracterização gravimétrica dos resíduos recicláveis destinados a
Cooperativa Cidadania e Meio Ambiente de Caçador-SC a única cooperativa que
realiza triagem na cidade, foi possível identificar uma geração per capita de 1,11 kg/hab/mês.
Os
dados obtidos permitem concluir que os resíduos produzidos são: Papel 10,538%,
Papelão 22,869%, Tetra Pack 7,647%, Metal 3,048%, Alumínio 2,961%, Vidro
9,885%, Plástico Flexível 11,169%, Plástico Duro 13,150%, PET 6,862%, Orgânico 2,942%, Isopor 0,499%,
Eletrônico 0,643%, Lâmpadas 0,566%. Pilhas 0,420%, Rejeito 3,242% e Sanitário
3,559%. Esses componentes representaram 88,928% da porção do RSU destinado a
Coocima que pode ser reciclada. Sendo o restante, 2,942% composto de matéria orgânica que também é passível de
reaproveitamento através da compostagem, 6,801% composto de rejeitos e 0,986% de outros materiais passiveis de
logística reversa.
Comparado com o município de Criciúma-SC (192.308
habitantes). A cidade apresentou uma geração de 37.085 Kg no mês de agosto, no
qual corresponde a 36,36% de plástico, 53,19% de papel, 8,64% de vidro e 1,81%
de Metal (Machado, 2008). A variação percentual comparada à cooperativa de
Criciúma com a de Caçador, não são muito diferentes, apesar do numero de
habitantes serem relevantes os valores mostram que a classe social (classe
consumista) nas duas cidades é parecida.
Sendo
assim, “este trabalho oferece as informações sobre o potencial dos resíduos
recicláveis e a quantidade de resíduo gerado no município, quanto área rural e
urbana. Além da taxa de geração per capta que podem servir como
ferramentas para a implantação ou melhorias nas políticas públicas e ambientais
relacionadas ao tema, auxiliando nas diretrizes do Plano Municipal Integrado de
Gestão de Resíduos Sólidos”, completo Roger Campos.
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